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ARTIGO: O “Jogo da Baleia Azul” é um pedido de socorro

Nos últimos dias tem se falado muito sobre o “Jogo da Baleia Azul” e gostaria de chamar os pais e responsáveis a pensar um pouco a cerca do tema. Mas em primeiro lugar, não devemos pensar nessa pratica como um jogo, desafio e muito menos brincadeira, já que não se trata de recreação, principalmente porque o final deste ritual é a morte de alguém.
Embora não se fale quase nada sobre o suicídio na adolescência, infelizmente é bastante frequente e alarmante. Isso porque os jovens e adolescentes estão num processo de transição entre a infância e a vida adulta, onde estão presentes a constante sensação de inadequação e não aceitação por parte do outro. E neste turbilhão de emoções que faz parte desta fase, é comum estes jovens deprimirem.

A depressão na adolescência, muitas vezes passa despercebida, pois culturalmente achamos que eles precisam de espaço, que se tornam mais reclusos ou até mesmo tímidos. Sim, isso faz parte da adolescência, mas sempre precisamos estar atentos às mudanças de comportamento dos nossos filhos, pois tais atitudes também podem ser indicativos de que algo não está bem. Ninguém deprime de repente e muito menos comete suicídio irrefletido, trata-se de um processo em que qualquer pessoa, em qualquer idade, vai apresentando sinais de que precisa de ajuda.
E se faz importante ressaltar, que para a maioria de nós, nem sempre é claro perceber que as coisas não estão ocorrendo como o esperado e consequentemente, o pedido de socorro ou não vem, ou é emitido através de sinais. O que torna difícil a percepção de quem está à volta.

Muitos pais tem me perguntado estes dias o que fazer, quanto a questão da “Baleia Azul” e a minha indicação para o momento e sempre é ATENÇÃO e ORIENTAÇÃO. Por mais que os jovens sejam mais propensos a estar distante dos pais, nosso papel é sempre no sentido de orientá-los e estar atentos às pistas que eles nos dão.

* Juliana Romêra Santucci é psicóloga.de adultos e crianças (CRP/SP 06/103.438)