Estudantes universitários atrasam mensalidades
A inadimplência nas escolas de ensino superior no Estado de São Paulo cresceu 71,1% na primeira quinzena de abril, em relação ao mesmo período do ano passado. O dado é de pesquisa do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp), feita com cerca de 200 instituições.
Em Jundiaí, vários estudantes enviaram mensagens ao “Jornal da Região” que estão preocupados, porque não conseguem pagar as mensalidades. Alguns deles relatam que com a quarentena, foram dispensados do trabalho e não têm renda. Outros informaram que procuraram as faculdades, mas estão fechadas ou não aceitaram negociação.
O diretor do Procon, Fernando Capez, disse que, como os transportadores escolares, as faculdades devem ser pagas. Algumas instituições criaram canais de comunicação para negociação das mensalidades com os alunos.
“Primeiro cheiro”
“Isso tem preocupado as instituições”, diz Rodrigo Capelato, diretor do Semesp.
Ele acredita que a primeira onda de inadimplência se deve à restrição de renda e diz que esse aumento se refere a alunos que deixaram de pagar a mensalidade de abril. É um “primeiro cheiro” da situação do calote nas escolas, diz. Ele acredita que o quadro ficará mais claro no próximo mês.
Capelato já pondera que muitas instituições não terão caixa para bancar desconto linear para todos os alunos e recomenda que negociem abatimentos caso a caso. Outra recomendação é ter cuidado nas negociações de redução de salários e jornada. Quanto à inadimplência acima de 90 dias, a taxa média deve subir para 10,6% em 2020, ante 9,5% no ano passado, segundo o Semesp.