Desde o ano 2000, no dia 29 de setembro é celebrado o Dia Mundial do Coração. A data, instituída pela World Heart Federation (WHF), visa ressaltar a importância do cuidado com um dos órgãos mais importante do corpo humano, o coração. Instituições de todo o mundo conscientizam a população à respeito dos problemas cardiovasculares que foram responsáveis por 32% de todas as mortes globais em 2019, sendo 85% delas de enfarto ou derrame, conforme aponta a Organização Mundial da Saúde (OMS).
O cardiologista Dr. Mário De Divitiis, do Hospital Pitangueiras, de Jundiaí diz que manter hábitos saudáveis é fundamental para preservar a saúde do músculo cardíaco.
Segundo ele, os principais cuidados com a saúde do coração estão relacionados a fatores comportamentais e hábitos fáceis de serem incorporados no dia a dia.
“Para quem não tem nenhum tipo de doença o ideal é consultar um cardiologista uma vez por ano, e para quem tem alguma comorbidade, pelo menos de duas a quatro vezes por ano. Atividades físicas são essenciais e podem ser feitas de maneiras prazerosas, como caminhadas ao ar livre, subir e descer escadas ao invés de usar o elevador e andar de bicicleta. Manter uma alimentação saudável, evitar o excesso de álcool e não fumar também melhoram a saúde do coração’, recomenda o cardiologista.
Outro problema comum na atualidade, os altos níveis de estresse também podem estimular problemas cardíacos, já que a aceleração dos batimentos é capaz de aumentar a pressão arterial. A pressão alta, por sua vez, tem impacto no coração, como o maior risco de infarto e AVC. “Às vezes pequenas medidas, como realizar refeições tranquilas, sem estresse e sem fazer uso de celulares e televisões, podem ajudar a preservar a saúde do coração. Sente-se junto à família, aos amigos e desfrute deste momento. Coma com prazer e qualidade, isso faz diferença, inclusive no alívio do estresse”, indica o cardiologista.
O Dr. Mario enfatiza que as diretrizes de Sociedades de Cardiologia (Brasileira, Americana, Europeia) reforçam que todos os tratamentos devem iniciar com o MEV (mudanças de estilo de vida) sem isso, inclusive, a eficácia da terapêutica medicamentosa não será completa. “Atualmente a porcentagem de indivíduos que tem aderência ao tratamento, tanto em MEV quanto aos medicamentos, ressaltando o uso de doses corretas é muito baixa na população mundial, o que não difere no Brasil. Portanto, temos que motivar as populações com campanhas socioeducativas e que todos os profissionais da saúde sejam veículos para isso”, reforça.
Em 2019, cerca de 17,9 milhões de pessoas morreram de doenças cardiovasculares no mundo. Esse grupo de doenças englobam as chamadas doenças do coração e dos vasos sanguíneos. No Brasil, conforme dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia, cerca de 14 milhões de pessoas têm alguma doença cardiovascular e, pelo menos, 400 mil morrem por ano em decorrência dessas enfermidades, o que corresponde a 30% de todas as mortes no país. “É necessário lembrar que é muito mais fácil cuidar da saúde do que da doença, sendo assim, a prevenção de fatores de risco é o melhor caminho para evitar doenças cardiovasculares”. A taxa de mortalidade das doenças cardiovasculares mesmo nesse período da pandemia do covid-19 continua sendo altíssima e muitos pessoas deixam de lado por medo, ou outros motivos, os cuidados com doenças crônicas principalmente as cardiovasculares.