Um ano após a reforma, pista de skate apresenta diversos problemas
Entregue em outubro do ano passado, a reforma da pista de skate de Campo Limpo Paulista já apresenta uma série de problemas relacionados às obras que foram realizadas há cerca de um ano.
Além de estarem insatisfeitos com a obra que foi realizada na gestão do ex-prefeito Dr. Japim, skatistas da cidade também reclamam da falta de iluminação, que está queimada há meses, sem que a atual administração resolva o problema pois argumenta que a responsabilidade é da construtora L’idea, executora da obra.
Enquanto construtora e prefeitura não se entendem em relação à responsabilidade dos reparos que precisam ser feitos, os frequentadores da pista seguem sem poder andar à noite e convivem com os problemas que estão se agravando, como buracos nas rampas novas.
O presidente da Associação dos Skatistas de Campo Limpo Paulista (ASCLP), Marcus Vinicius Silva, 30 anos, é engenheiro e acompanhou a execução das obras, após skatistas da cidade reivindicarem a fiscalização das obras por um representante do grupo.
“Foi uma vitória ter alguém para acompanhar as obras na época, pois graças a isso conseguimos fazer algumas alterações no projeto, o que é muito difícil de acontecer. O projeto que chegou para nós na época não era um projeto que nos agradou, mas conseguimos mudar com muito custo. No geral, a construtora que executou o serviço não tinha experiência em construir pistas de skate e é por isso que o acabamento não ficou bom. Menos de um mês depois de finalizar as obras já começaram a aparecer buracos”, diz.
Marcus Vinicius também alerta que se não houver uma intervenção em alguns obstáculos a situação da pista vai ficar ainda pior. “O ideal é refazer. São vários pontos que já informei para a secretaria de Obras da Prefeitura e até o momento não tivemos retorno”, afirma.


Empurra empurra
Procurada pela reportagem do JR, a chefe da Divisão de Infraestrutura da Secretaria de Obras da Prefeitura de Campo Limpo Paulista, Sandra Araújo, explica que a reforma da pista de skate do Centro Esportivo Municipal faz parte de um convênio com a Caixa Econômica Federal de 2015, no valor de R$ 268.253,01, que também contempla duas quadras de areia em bairros da cidade.
Ela informa que a construtora ainda não finalizou a construção das quadras de areia e por isso não conseguiu finalizar as obras, que só é possível após vistoria por parte do banco. “Estamos acionando o nosso setor jurídico para cobrar novamente a construtora para concluir estas obras. Existe uma ansiedade para arrumar a iluminação e fazer reparos na pista, mas sem que a construtora entregue todas as obras não podemos fazer nada”, afirma.
O engenheiro responsável da construtora L’idea, Júlio César, defende que as obras da pista de skate foram executadas e entregues conforme o projeto, incluindo a iluminação e o piso, que foi lixado e aplicado um produto especial (endurecedor).
“A construtora vai procurar a Prefeitura de Campo Limpo Paulista e resolver este problema o mais rápido possível”, declara o engenheiro da L’idea, que contesta a informação de que as obras da pista não foram entregues. “Querem que façamos um trabalho que já foi entregue, mas a vistoria já foi aprovada e o pagamento efetuado”.
Em relação às quadras de areia, a construtora informa que houve um problema na drenagem e resolverá essa questão em até duas semanas.
Referência regional

A pista de skate de Campo Limpo Paulista foi inaugurada no final de 1999 e foi referência para muitos skatistas e palco de diversos campeonatos, que já atraíram nomes como Kelvin Hoefler e Felipe Gustavo, só para citar dois skatistas que disputaram as Olimpíadas pelo Brasil.
O projeto inicial foi sendo alterado com o tempo, mas sem perder a referência. Porém, com o projeto executado na gestão passada, os novos obstáculos foram construídos de cimento, com materiais de baixa qualidade e sem que resolvesse os problemas essenciais como o piso e iluminação.
O skatista profissional de Campo Limpo Paulista, Luis Fernando, 36 anos, lamenta a falta de diálogo entre o poder público com os praticantes. “Esta pista sempre foi referência na região, mas hoje ela não atende mais o padrão de uma pista de skate de alto nível. Se tivessem ouvido a gente desde o começo não íamos deixar fazer o que fizeram aqui. Gastaram dinheiro público para piorar o espaço. Em Itupeva, houve a reforma da pista com a participação dos skatistas locais e o resultado foi muito elogiado, hoje temos que buscar estruturas em outras cidades porque por aqui não dá para evoluir”, declara.