Homem que morreu após passar mal no Terminal não era morador de rua
O homem que morreu após passar mal no Terminal Cecap, em Jundiaí, na noite de quinta-feira (01), não era morador de rua. Ele foi identificado como José Carlos Oliveira, de 55 anos, morador no Morada das Vinhas e, tinha acabado de passar por atendimento no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS).
De acordo com a Unidade de Gestão de Mobilidade e Transporte (UGMT), o homem socorrido no Terminal Cecap foi abordado pelas equipes de fiscais, entre 17h e 18h, porém, não aceitou ajuda, informando que iria descansar alguns instantes, recusando, inclusive, a alimentação oferecida pela equipe.
Por volta das 19h, foi identificado que estava em situação de convulsão, sendo acionado o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, imediatamente.
A equipe procedeu a intubação no local e procedimentos de RPC.
A morte ocorreu no Hospital São Vicente de Paulo (HSV).
O laudo do Instituto Médico Legal (IML) aponta cardiopatia e infarto.
A pessoa não estava em situação de rua.
A família realizou o reconhecimento do corpo.
Críticas
Um dos passageiros do Terminal Cecap, Sandro Moraes, criticou em vídeo publicado no Facebook, a forma como José Carlos foi tratado, como se fosse “morador de rua” e desprezado.
Que falta um serviço social adequado nos terminais e pessoas preparadas, para encaminhamento de qualquer pessoa. Tanto, que o boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil dava como sendo morador de rua.
Sandro disse que ao chegar ao Terminal uma pessoa lhe perguntou o telefone do SAMU. Ele foi até a lanchonete e verificou que o homem havia vomitado, urinado nas próprias roupas e saía sangue pela boca.
Que ele ligou para o telefone 192 e se ofereceu para realizar massagem cardíaca – já que tem experiência.
Que recebeu orientações pelo telefone e foi informado de que a médica do SAMU estava a caminho com uma unidade de suporte avançado.
Sandro disse que houve negligência das pessoas que estavam no Terminal naquele horário, para identificar que havia algum problema.
Uma vizinha da vítima relatou que o homem estava morando sozinho, mas tinha parentes. Que ele tinha acompanhamento do CAPS.
Sandro comentou que a sociedade passou a ignorar os moradores de rua, sendo que trataram esse senhor com desprezo, quando ele precisava de ajuda, mesmo tendo comentado para as pessoas presentes que não queria auxílio.