Depois da morte de um comerciante em uma agência bancária, em Campo Limpo Paulista, no último dia 21, clientes e funcionários dos bancos voltaram a ficar preocupados com a segurança. A falta de uma porta de segurança antes da sala de autoatendimento, onde ficam os caixas eletrônicos, pode ter sido um facilitador na ação do bandido, de acordo com o Sindicato dos Bancários de Jundiaí e região.
Paulo Malerba, presidente do Sindicato, destaca que a retirada das portas pode estimular a migração dos assaltos à luz do dia. E, segundo ele, os assaltos em caixas eletrônicos, que costumam ocorrer de madrugada, podem se transformar em roubos durante o expediente. ‘’Investir 5% em segurança é muito pouco para os bancos que lucram bilhões ao ano’’, contesta.
No Brasil, as portas do modelo giratório começaram a ser introduzidas no final dos anos 90 em várias agências e postos, após decisão do STF que julgou constitucionais leis municipais com essa finalidade. Em Jundiaí, existe lei municipal de 2014, de autoria do então vereador Paulo Malerba, que obriga os bancos a instalarem a porta giratória antes da sala de autoatendimento. No entanto, nem todas as agências cumprem a lei municipal.
Lei ‘sem portas’
Em novembro de 2018 a Câmara apresentou projeto de lei, de autoria do vereador Paulo Sérgio Martins, que dispensa as portas de segurança nas agências da cidade. “Para os trabalhadores bancários a aprovação do projeto significará um enorme retrocesso”, diz Douglas Yamagata, secretário geral do Sindicato.
Por intervenção do Sindicato e dos bancários, o projeto foi adiado para maio deste ano. Antes disso, a Câmara deve realizar audiência pública para ouvir a opinião dos trabalhadores e da sociedade. “Vamos participar da audiência e mostrar os números à população e aos legisladores sobre o impacto das portas de segurança”, diz Malerba.
De acordo com a Febraban, desde o ano 2000, houve redução de 88,6% nos assaltos ocorridos em agências de municípios que aderiram à instalação das portas giratórias.