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Artista fluminense traz monumento inédito para Jundiaí

Uma obra artística de grandes proporções foi instalada nesta semana no Complexo Fepasa e chama a atenção pelo letreiro com a palavra “disponível” pintado de branco. Trata-se da intervenção da artista visual fluminense, Leandra Espírito Santo, vencedora do edital de Premiação por Histórico em Artes Visuais do PROAC LAB-SP.

“Disponível” é um projeto inédito que o público de Jundiaí e região poderá ver em primeira mão até o dia 15 de outubro. A artista de 38 anos levanta questões sobre os limites e possibilidades do espaço público, propondo uma reflexão sobre os significados contemporâneos de disponibilidade. O projeto pretende contribuir com a circulação de arte contemporânea para além da capital paulistana.

Leandra explica que o monumento remete a diferentes elementos da paisagem urbana, como os letreiros turísticos, e os outdoors publicitários, onde ela desloca a palavra “disponível” do contexto em que a vemos nas cidades, mobilizando os diversos sentidos que ela pode ganhar ao ser associada a outras formas estéticas.

Para a artista, a obra carrega ainda uma nova carga semântica devido ao uso do “disponível” nas redes sociais: “Podemos observar que essa palavra tem alta circulação nas redes, por estar na base da programação de muitos dos aplicativos, por exemplo: o “disponível” indica um status no Whatsapp, indica o momento de relação na biografia do Instagram, indica a disponibilidade no batepapo do Facebook. Enfim, “disponível”, no contexto das redes sociais, significa a disponibilidade das pessoas para as relações sociais”.

Ao criar essa ligação entre espaço público e o universo das redes, a artista traça um paralelo entre à crescente disponibilidade coletiva ao virtual, enquanto os espaços públicos se veem cada vez mais cerceados, murados e privatizados.

“Disponível” acaba por se inserir num leque de reflexões sobre o espaço público, que vem sendo atualizado pelas discussões sobre nossos monumentos. Afinal, a quem está disponível o espaço público? É, então, nesse paradigma cotidiano que reside a intervenção de Leandra Espírito Santo.

Interação com o público

Um totem informativo acompanhará a obra trazendo os dados do projeto, um QR-Code vinculado ao perfil do Instagram @disponivel_holyghost, e recomendações previstas pela OMS diante da pandemia de Covid-19.

O público que se fotografar com a obra poderá enviar suas fotos para serem postadas nesse perfil do projeto, que também contará com imagens de backstage do processo criativo, vídeos e conteúdos exclusivos, confira aqui.

Além da interação online, outra atividade prevista no projeto é a produção e distribuição gratuita de um Cartão Postal da obra no complexo histórico.

Ficha técnica

Disponível, de Leandra Espírito

Local: Complexo Fepasa

Duração: 15 de setembro a 15 de outubro de 2021

Endereço: Av. União dos Ferroviários, 1760 – Pte. de Campinas, Jundiaí – SP, 13201-160

Horário de Funcionamento: seg.-sáb. – 8h às 17h.

Complexo Fepasa

O Complexo Fepasa teve sua construção iniciada em 1890 para abrigar as oficinas de locomotivas à vapor da Companhia Paulista de Estradas de Ferro. Atualmente, é ocupado por diversas Unidades de Gestão da Prefeitura de Jundiaí, incluindo a Unidade de Gestão da Cultura, e a FATEC, sendo o único bem tombado da cidade pelo IPHAN (nacional) e pelo CONDEPHAAT (estadual).

Biografia

Leandra Espírito Santo é artista visual e desenvolve trabalhos híbridos a partir de diversos meios. É doutora e mestre em Artes Visuais pela ECA/USP – bolsista CAPES e FAPESP.

Tem especialização em “História da Arte no Brasil” pela PUC-Rio e é graduada em Comunicação Social pela UFF/Niterói, tendo realizado 1 ano de intercâmbio para a ESBAM (França).

Em 2020, ganhou o Prêmio “Histórico em Artes Visuais” do PROAC LAB SP, teve 2 de suas obras incorporadas ao acervo da Pinacoteca de Jundiaí, participou da programação virtual de instituições como SESC-SP, tendo sido mencionada no livro “Rio XXI – Vertentes Contemporâneas”, organizado pelo curador Paulo Herkenhoff.

Em 2019, foi convidada a participar da BienalSur, premiada em edital de exposição individual da prefeitura de Jundiaí, e teve uma de suas obras incorporadas ao acervo do Museu de arte do Rio.

Em 2016, foi uma das 10 finalistas do Prêmio Pipa online – MAM Rio, tendo participado de exposição vencedora de curadoria do Prêmio Marcantônio VilaçaSESI.

Em 2014, foi premiada no 42º Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto e na Chamada Artes Visuais da Secretaria de Cultura de Niterói (RJ)”.

Em 2010, foi uma das finalistas do prêmio EDP nas Artes do Instituto Tomie Ohtake e, desde então, participa de exposições, salões, prêmios e eventos importantes no Brasil e em países como Portugal, Inglaterra e França.