JUNDIAÍ

Dia Mundial da Água: lugar de lixo não é no ralo

Com o objetivo de colocar atenção em discussões sobre a sustentabilidade do recurso natural, o Dia Mundial da Água é comemorado em 22 de março. Ela é necessária e fundamental para a sobrevivência dos seres vivos e, por isso, cuidar da sua existência é uma responsabilidade compartilhada entre todos.

O descarte incorreto de lixo em ralos, pias e vasos sanitários, por exemplo, pode trazer grandes problemas. “Além de entupir as redes coletoras, esses resíduos chegam à Estação de Tratamento de Esgoto de Jundiaí (ETEJ), podendo comprometer os equipamentos que realizam o serviço, interferindo na proteção da saúde pública e preservação do meio ambiente”, quem explica é Ana Paula Fernandes Abrahão, Gerente Ambiental, Social e de Governança da Companhia Saneamento de Jundiaí (CSJ), empresa privada responsável por tratar o esgoto da cidade e fiscalizada pela DAE Jundiaí, sendo esta empresa responsável pela gestão da rede de esgoto.

Ana Paula ainda ressalta que descartar produtos inflamáveis, remédios, tintas, óleo de cozinha, absorventes e preservativos de forma inadequada ainda são atitudes realizadas constantemente pela população. “Aqui na ETEJ recebemos uma grande quantidade desses tipos de resíduos. Nos últimos 12 meses recebemos quase 85 mil toneladas de lixo, que chegaram até nós pela rede de esgoto. Isso afeta diretamente a eficiência do tratamento e pode acarretar a quebra de equipamentos importantes para a Estação, assim como pode ser responsável por entupir galerias e retornar esgoto para as casas das pessoas.”.

Ela reforça que existem alguns hábitos do dia a dia que podem ser revistos e mudados. “São escolhas simples que fazemos no dia a dia e que contribuem com a manutenção dos equipamentos de infraestrutura de casa, com os serviços de saneamento da cidade e com o meio ambiente”.

Óleo de cozinha na pia ou no vaso sanitário: a presença de gordura causa muito estrago na rede de esgoto. Quando esfria, o líquido se transforma em um bloco sólido que se fixa e acumula nos canos, reduzindo o espaço para a passagem do esgoto, chegando a provocar a completa obstrução do encanamento e o retorno do esgoto para as residências.

Fio dental: Pode causar um grande estrago se for lançado direto no vaso sanitário ou no ralo da pia. Ele funciona como uma rede, pode enroscar e concentrar outros dejetos ao seu redor até provocar o entupimento da rede.

Cabelos: É muito difícil evitar completamente o acúmulo de fios de cabelo. Por isso, não abra mão do uso de grelhas no ralo do banheiro e de grades nos canos das pias. Depois do banho, sempre limpe o ralo, remova o acúmulo de fios presos e jogue tudo no lixo comum.

Lixo: É no lixo! Não descarte cotonetes, cigarros, absorventes, camisinhas e embalagens no vaso sanitário. Use a lixeira do banheiro para descartar esses objetos. Isso vai contribuir, e muito, para o bom funcionamento de toda a rede de saneamento.

Tampas de bueiro: Comunique a DAE sobre os lugares em que a rede de esgoto possa estar aberta, sem tampa. Além de ser um fator importante de entrada de resíduos na rede, pode ocorrer a queda acidental de pessoas e animais.

Ana Paula reforça que “a conscientização que esta data traz é muito importante, afinal, o tratamento adequado reduz os índices de doenças causadas por águas contaminadas, além de tornar o recurso novamente disponível para novos usos e para a natureza”.

As estações de tratamento de esgoto estão devolvendo vida aos rios, como pôde ser constatado nos últimos anos no Rio Jundiaí. “Este resultado só foi alcançado por uma tomada de ação conjunta e muito bem planejada”, esclarece a especialista.

Sobre a CSJ
Fundada em 1996, a Companhia Saneamento de Jundiaí (CSJ) construiu e opera desde 1998 a Estação de Tratamento de Esgotos de Jundiaí (ETEJ), com o objetivo de tratar todo o esgoto do município, coletado pela DAE Jundiaí. Este tratamento de esgotos teve uma participação fundamental na melhora da qualidade do Rio Jundiaí, que voltou a ter peixes, e foi reclassificado em 2017, permitindo a captação de suas águas para abastecimento público.

O Rio Jundiaí foi o primeiro rio brasileiro a melhorar de classe. Com o mesmo cuidado com o meio ambiente, o lodo produzido no processo é transformado em fertilizante, de uso seguro na agricultura.

A CSJ foi contratada em uma concorrência pública pela menor tarifa e passou a tratar o esgoto doméstico e industrial da cidade de Jundiaí, procurando sempre aprimorar sua operação, além de desenvolver projetos sociais de educação, conscientização e profissionalização.