Dados da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Jundiaí mostram que, em 2019, o número de casos de violência contra a mulher aumentou 12,7%, em comparação a igual período em 2018. Como consequência, também houve um aumento de 78% nas medidas protetivas. Os números foram apresentados pela responsável pela Assessora de Políticas para as Mulheres da Prefeitura de Jundiaí, Penha Camunhas Martins, durante a abertura do II Fórum da Não-Violência contra a Mulher, realizado na tarde desta segunda-feira (25) no auditório do Paço Municipal. “Que nós todos aqui hoje sejamos multiplicadores de informação, para que esses índices sejam reduzidos”, afirmou.
O evento integrou a programação dos “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres”, evento da ONU que envolve o poder público e a sociedade civil, e que terá palestras, ações de saúde e encontros para reflexão. A iniciativa é da Prefeitura de Jundiaí, por meio da Unidade de Gestão da Casa Civil e da Assessoria de Políticas para as Mulheres. Esta segunda é, justamente, o Dia Internacional da Não-Violência contra a Mulher.
A gestora da Unidade de Gestão de Assistência e Desenvolvimento Social, Nádia Taffarello, apresentou o projeto desenvolvido pela Unidade em parceria com Centro de Detenção Provisória (CDP) de Jundiaí com os agressores, chamado “Voz da Consciência”. “Na minha carreira na área jurídica, mais do que uma vez vi agressores de mulheres sendo autuados, condenados e retornando, tempos mais tarde, após agredir outra mulher. Não adianta só prendê-los; é preciso um trabalho mais profundo de conscientização”, afirmou.
Na sequência, o diretor do CDP de Jundiaí, Alexandre Apolinário, compartilhou o trabalho do “Voz da Consciência” com homens autores de violência contra a mulher. A iniciativa, oficializada em janeiro do ano passado, surgiu após projeto-piloto realizado como parte da programação dos “16 dias de ativismo” do ano precedente e, completando dois anos, contabiliza 0% de reincidência entre os mais de 200 detentos que já participaram.
O que é
A campanha “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres” é uma mobilização global da sociedade civil que, no Brasil, dura 21 dias, pois tem início em 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra, e se encerra em 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos. Segundo a responsável pela Assessoria de Políticas para as Mulheres da Prefeitura de Jundiaí, Penha Camunhas Martins, o objetivo é sensibilizar a comunidade e estimular o ativismo. “As atividades compartilham conhecimento e inovação para prevenir e eliminar a violência contra mulheres e meninas”, explica.